quarta-feira, 7 de julho de 2010

Cada um com o seu.*


Quando se começa a namorar com alguém o passado vem junto, e passado é uma merda. É aquela melhor amiga com quem ele já andou um dia, que agora frequenta a casa dele e o convida pras festas, é aquela prima que ele passou a vida inteira apreciando e de repente ela começa a dar bola pra ele (e lógico, tú não tens direito de sentir ciúme de “prima”). Tem ainda aquela ex-namorada que vinha entrando e saindo da casa dele, que os pais dele já a conheciam, e que dormia na mesma cama que hoje quem dorme es tú. É inclusive nessa mesma cama pra onde ele levava uma mulher diferente toda semana, em que vais ter que dormir. É com esse monte de histórias que ele vive a contar que fazia que vais ter que conviver agora.

Ter um relacionamento, seja ele qual for, não é fácil. Ter um passado, seja ele qual for, é inevitável. Tem gente que traz um passado mal resolvido. Tem gente que traz um filho. Tem gente que traz uma ex-namorada que não o deixa em paz. Tem gente que traz traumas de relacionamentos antigos. Tem gente que traz medos. Decepções. E mágoas.

O passado deveria servir pra ensinar, e depois ficar pra trás. O passado não deveria ser uma mala que se carrega a viagem inteira. Tudo que se vive é válido. É lindo (algumas vezes). Mas é passado. Serviu como experiência, mas passou. Passado.

Todo mundo têm uma memória interna. Um HD onde se guarda tudo, desde que se nasce. E é nessa memória interna que as lembranças devem permanecer.

Quando o passado começa a brigar com o presente, é porque alguma coisa está errada. Fora de lugar. Um deles está invadindo o espaço do outro. Seu passado é só seu. O passado do outro é só do outro. E, se esse passado não foi vivido no seu devido tempo, não tem porque ser vivido no presente."

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