E nós rimos. Falamos de nós. Falamos do passado. Falamos dos outros. Falamos e rimos. Esquecemos os erros, os ciúmes, as discussões e rimos. Pensamos. Fingimos e acreditamos que podemos ser amigos. Afinal os amigos são isto, pessoas que se riem, que falam, que se entretem. Sim, talvez possamos ser amigos. O fim de uma relação não implica, necessariamente, o fim de uma amizade. Acredito. Acreditamos. E caminhamos em direcções opostas com essa convicção na cabeça. Mas como se diz por aí, ou como talvez eu mesma tenha inventado ‘o amor é inimigo da amizade. Podem ate complementar-se mas jamais conseguirão coabitar num mesmo espaço de tempo’.
Para que haja amor é necessário que se tenha amizade. Mas uma amizade não sobrevive enquanto existir amor. E é por conta deste amor que o ciúme volta, a vontade de querer exigir o que já não se pode, a sede de cortar o acordo que fizemos, de cegar-me perante as evidencias, de pensar irracionalmente que mesmo no fundo do poço há luz. É este amor que me faz perceber que, por hoje, tu es o meu amor por mais que lutes para ser somente um amigo. É este amor que nos faz terminar a conversa com um ‘amo-te’ nas entrelinhas das palavras que ficam por dizer, e uma hesitação no momento de ir embora. é por conta deste amor que eu digo que para mim és mais que um amigo...
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