sábado, 11 de setembro de 2010

Real life


Estou talvez na fase mais confusa da história da minha existência. Quando eu pensei que as emoções dos 15 anos e a ilusória maturidade dos 18 anos fosse tudo que de pior me podia acontecer, vem as dúvidas e inseguranças dos 24 anos.

Crescer devia ser uma coisa boa, mas tem se tornado cansativo, exaustivo e de certo modo penoso. Crescer é deixar de pensar que amanhã os dias serão melhores, porque simplesmente o amanhã já esta a bater a porta e os dias melhores não vem. Crescer é já não poder botar a culpas dos erros na educação dos pais e na emoção da idade. Crescer é ser responsável pelos próprios actos. E isso não é tarefa fácil. E embora alguns possam dizer que tenho muito tempo para retificar isto e edificar aquilo, a insegurança, o medo do futuro e a falta de esperança embaceiam os meus pensamentos e não vislumbro esse tal tempo que endireita as coisas. Afinal 24 anos depois ainda existe tanta coisa que o tempo não foi capaz de retificar na minha vida e na vida de muitos. Então que garantia tenho eu de que daqui pra frente o tempo, o destino ou seja lá o que for que comanda este barco, vai melhorar.

Cansei de acalentar esperanças. Decidi calçar sapatos que vão de acordo com o tamanho dos meus pés, nenhum número abaixo, nenhum número acima.

Realmente tornei-me numa pessoa pessimista, agressiva comigo e com o mundo. A verdade é que as pessoas não viram assassinas por opção. A vida, as oportunidades, e o mundo as torna nessas pessoas, eu também não me tornei pessimista porque quis que assim fosse, é tudo resultado de incansáveis esperas e intermináveis desilusões. E o tempo? O tempo não cura, o tempo só nos prova que ele é capaz de magoar mais.

1 comentário:

  1. Eu tenho medo da responsabilidade que carrego comigo, cada vez que os anos passam.

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