terça-feira, 14 de setembro de 2010

Louca


Ando me sentindo meio esquisita em relação à várias coisas. Perdida mesmo, sem saber como agir, o que falar, o que fazer e o que sentir. É como se o mundo todo estivesse a girar, as coisas todas estivessem a acontecer eu simplesmente tivesse parado no tempo, trancada dentro de mim mesma. É, concordo, coisa bem esquisita de se sentir. Se dissesse que tudo anda um mar de rosas, mentiria pra quem tá ler e pior, pra mim mesma.

Só sinto uma vontade enorme de sair louca pela rua, sozinha, desenfreada, à 120 por hora. Vontade de colocar minhas roupas no porta malas do meu carro, roubar um banco ou então uma rua cheia de velhinhas que jamais poderão me seguir e ir, sem rumo, pra algum lugar onde ninguém me conheça, onde eu me sinta acanhada de fazer qualquer contato com qualquer pessoa que seja. Se isso realmente não passasse de uma idéia meio que absurda, com certeza eu já o teria feito. Inclusive sonhei com isso essa semana. Sair.. ir prum lugar onde ninguém grite comigo, onde ninguém me desmereça, onde ninguém me ame demais ou de menos, onde ninguém seja falso comigo.. se possível, um lugar onde todos fossem mudos, surdos, cegos e invisíveis. E se me perguntam:minha filha, tu não tens amigos? Responderia sem problemas: Não, eu não tenho amigos. Eles é que me tem. Resposta esquisita de ser dar, mas é bem assim mesmo. Eu nunca tive um bom amigo, um bom alguma coisa desse gênero. Mas eles me tem, uma vez que eu quase morro por alguns, tenho um amor avassalador por outros, tomo as dores de muitos, defendo, ajudo.. pra no final eu nunca ser a queridinha de ninguém, ou nunca ser a preferida. Sim sim, eu queria ser a queridinha. Apesar do termo pejorativo e no dominutivo, eu queria ser qualquer porra, mesmo que uma reles queridinha.

Pior é que isso, esse sentimento tão pequeno e tão meu, às vezes se estende pras outras áreas da minha vida. Antes, eu tinha medo da morte por achar que minha mãe morreria se eu morresse. Hoje, nem tenho mais essa certeza. Meu namorado inveja a namorada dos amigos. Ele diz que eu reclamo demais. E reclamo mesmo. Odeio coisa "fora de ordem". Odeio ver e não falar. Tenho minha eterna necessidade de atenção, de carinho, de amor, de elogios.. nunca suprida. Já ando acordando num desânimo, só de pensar que vai ser tudo igual, que nada vai me surpreender. E tem coisa mais esquisita que acordar se sentindo pequena, que acordar não querendo o que eu sempre quis a minha vida inteira? Acordar sem me importar com o que eu sempre me importei? Acho que não é um bom sinal, né? ~Amanda Gedeon

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