quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sensibilidade*

Admito que sinto uma certa inveja daquelas pessoas que são sensíveis mas não se tornam vítimas da própria sensibilidade. Porque sensibilidade demais esgota, e eu sou a prova disso. Tem horas que a minha sensibilidade aparece mesmo sem ser chamada, e fico profundamente triste por coisas que mereceriam menos entrega. Muitas vezes cultivo mágoas por coisas que me aconteceram à 15 anos atrás, fico a remoer culpas que já foram perdoadas e esquecidas, fico com o sistema nervoso totalmente abalado porque alguém não compreendeu as minhas palavras, sofro por questões insolúveis, sofro, sofro e sofro. Ok, que sofrer até que dá consistência à vida, mas cansa.
Sensibilidade demais dá nos nervos e fatiga à toa. Uma certa frieza, nos faz andar mais rápido,e não nos retém.

Como se percebe a sensibilidade suficiente e a sensibilidade excessiva?
Sensibilidade suficiente refina, lhe dá um foco na vida. Mas a sensibilidade excessiva faz de ti um protagonista de um drama mexicano.
Se existe escolha? Não, não se escolhe, é o que se é. Os que são sensíveis na medida certa aproveitam a vida sem duras cobranças internas. Já a turma dos excessivos, como eu, pega canetas, câmeras, pincéis, sapatilhas, instrumentos, e transforma o excesso em arte. Ou faz besteiras. Cada um encontra onde colocar sua sensibilidade.. Os únicos que seguem não entendendo nada são os insensíveis.


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